O Ignácio Aronovich (o Ig!), do Lost.Art, mandou o link para a lista da Fototech; a galera deu uma olhada, releu, comentou… e o assunto está bombando.
Quem disse que foto na Internet tem que custar mais barato que foto impressa?
Como isso pode acontecer, se as grandes empresas editoriais estão fechando suas edições impressas e as substituindo por edições na Web?
Por que 72ppi vale menos que 300ppi?
Por que o Google tem direito de publicar nossas fotos de graça? E lucrar milhões com isso?
Bom, em seu blog, o “Toughts of a Bohemian”, o Paul Melcher afirma claramente que o problema (na verdade, a responsabilidade) agora passou a ser dos próprios fotógrafos. Que são acomodados, reclamões e não se tocam que o mundo mudou, segundo ele.
Melcher parece saber o que fala; desenvolveu o primeiro sistema de entrega de fotos em alta resolução na LGI, e vendeu o sistema para a Corbis; foi CEO de vendas da Digital Railroad, e agora é CKO da Zymmetrical, um banco de imagens que pretende (sorry…) desbancar os grandes.
O que já me deixa meio desconfiado… dono de banco de imagens…mas tire suas próprias conclusões.
No mesmo blog, Melcher propõe um manifesto mundial dos fotógrafos, o “Manifesto for a Photographers Revolution”, que começa assim:
“The right to photograph what they want where, where they want, when they want.
The right to work for whatever company they so desire without the risk of loosing their jobs elsewhere.
The right to be compensated fairly ….”
Segundo a discussão rolando na Fototech, o manifesto seria utópico (para muitos), ou perfeito (para alguns).
Outros sugeriram o gumgum como solução… Será?
O Alessandro Dias também já publicou em seu blog…
Vai lá no Toughts of a Bohemian, dá uma olhada, e volta aqui pra comentar!
Ou você quer ficar a ver bolinhas ???
Aproveitando o assunto, o Ig ontem postou na lista Profoto alguns links pertinentes, aqueles que todos os fotógrafos, assistentes ou wannabes deveriam saber de cor:
Advice For Young Photographers:
http://is.gd/xF8b
The Value of Photography:
http://is.gd/xF8s
Chaos, Fear, Survival & Luck:
http://is.gd/jeaq
The Best things I’ve Learned in the Business:
http://is.gd/xF94
How to Fail as a Photographer:
http://is.gd/xFbh
The Cloud is Falling:
http://is.gd/xFbz
Ver bolinhas não é o problema, desde que seja numa foto bem feita e o autor tenha ganho por ela. Sim, é assim que me pronuncio. Quando publicamos algo como você acaba de fazer, sem remuneração direta e com um retorno indireto (afinal formadores de opiniões ganham com isso também), você levanta uma bandeira correta que é: devemos derrubar costumes! Pois virou um costume cobrar mais barato por ser para a web! Mas se a imagem dá o mesmo trabalho que qualquer outra para ser impressa, então por que cobrar mais barato? O vicio é de fotógrafos que querem cobrar X por uma campanha local e Y por uma campanha nacional, apesar da foto dar o mesmo trabalho. Logo ele foi criado pelos fotógrafos, que deram munição aos compradores que orçam afirmando de imediato que é para a internet. Então mudemos o jogo com a mesma estratégia adotada pelos compradores e respondamos: Ok, meu preço é o de uma imagem para campanha nacional x 2, afinal a web tem um poder de fogo globalizado, e com isso senhor cliente, sua empresa ganha mais.
Quem adere? Abs
Acho que este tipo de discussão é muito importante e atual. Todos os fotógrafos deveriam procurar mais esclarecimento pra exercer sua profissão. Preocupam-se demais com a técnica (que é super importante) mas não é a única coisa. O relacionamento comercial com os clientes precisa amadurecer e isso só ocorrerá quando nossa classe aproveitar de verdade meios de comunicação como este e outros que estão à nossa disposição para que através da orientação dos mais experientes consigam absorver e assimilar um comportamento realmente profissional e coerente na execução e na venda de seus serviços. Estou fazendo a minha parte: ontem me associei à Fototech!
Gostei da tua respostas.
Sou analista de sistemas, e quando faço um site, cobro o meu valor, e pronto.
Tuda na internet rende bem mais, sendo assim, não tem porque cobrar menos por qualquer trabalho direcionado a web, pelo contrário, deveria-mos cobrar por percentual do lucro na web.
Os artistas de holyhood, não cobram em percentuais?
Sou formado em design e não pretendo cobrar menos por minhas fotos, tenho conhecimentos e fiz um investimento, aliás, todo fotografo tem conhecimento.
Pois, eu tô dentro!
Claro que a culpa é dos fotógrafos, que são bobinhos…
clicio
Pois, eu tô dentro!
Claro que a culpa é dos fotógrafos, que são bobinhos…
Clicio, eu não diria bobinhos, mas tolinhos… rs
também tô dentro!
mais um!
e assim deve ser.
é ridículo como os clientes tentam justificar o porque de ser mais em conta “a foto é menor, para usar no site”
oh my gosh…….!
Muito Bom Clício!
Vou divulgar!Quanto mais fotógrafos pararem nessa reflexão, melhor!
As pessoas acham que o valor da foto está relácionada as características técnicas dela (claro que o valor do desgaste de equipamento varia, de um Back de 32MP para uma D200), mas esquecem-se que FOTO GRAFIA é LUZ, é a experiência do fotógrafo em trabalhar com a LUZ, e esse trabalho é difícil custa! fazer um arquivo de 3648 x 2736 dá o mesmo trabalho de um 800 x 600
O texto levanta a bem a bola pra um problema que realmente ainda estamos aprendendo a lidar. Admito que já caí nessa de, desculpem o termo, abrir as pernas porque é internet….que bobagem!
Como diz meu analista: é importante cobrar caro!…ahahahahaha
O fato é que o “manifesto” é bastante autoritário e, cá entre nós, prefiro manter meu pé atrás em se tratando de um “magnata do banco de imagem”.
abs!
Clicio,
fico feliz que o link tenha repercutido. Tomara que sirva para conscientizar mais fotógrafos. O valor das nossas imagens definitivamente não é medido em dpi. Dizer *não* para bad deals é o melhor caminho.
[ ]s
ig
Uma foto licenciada para publicidade numa mídia local tem menos poder de alavancagem de vendas para o cliente que a mesma foto licenciada para publicidade em mídia de abrangência nacional. Logo eu acho natural que se receba mais pelo licenciamento de maior abrangência.
Justamente por isso acho um absurdo quererem pagar menos por uma foto publicada na internet. Por acaso alguma mídia tem mais abrangência que a internet???
Belo post Clicio. Abraços.
Com certeza grande parte do problema é a postura de muitos fotógrafos que se sujeitam a qualquer proposta, por mais depreciativa que seja.
E este problema não ocorre só na internet. Tem muito fotógrafo aceitando trabalhar de graça para grandes publicações, só pelo crédito. Isso é um absurdo que prejudica a todos que tem a fotografia como profissão.
Humhumm…sei……ex-CEO do DRR (um ‘case’ de “sucesso” como sabemos)…atual CKO (?) de um banco de imagens ‘que vai desbancar todos os outros’…. e agora resolveu parafrasear logo o Karl Marx, do qual provavelmente jamais leu nem orelha de livro (o que aliás explica muita coisa), portanto deve estar fazendo confusão com o Groucho. O que faz da peça toda, de fato, uma paródia involuntária, já que ele provavelmente não tem consciência disso.
Para começar, e para ficar claro que não é um ad hominem gratuito, quando Marx (o Karl) escreveu “Proletários do Mundo Univos…”, ele estava se referindo (sendo muito, mas muito sumário, grossíssimo modo) fundamentalmente, e em grande medida estritamente, ao operariado fabril, o qual se insere num conjunto de condições e relações de produção (grandes números, concentração num espaço físico, um mesmo patrão, etc.), que a meu ver permitem pouca ou nenhuma analogia, ainda que remota, com a nossa profissão.
É claro que há algumas comparações possíveis com os impactos produzidos por outras Revoluções Tecnológicas, mas que, para ter alguma utilidade, precisam ser categorizados, conceituados, e contextualizados com o devido rigor.
Por mais que consignias como ‘Fotógrafos Unidos jamais Serão Vencidos’ apelem ao meu coração esquerdista, minha mente racional e pragmática, me obriga a reconhecer que a realidade é o que é, e não o que eu gostaria que ela fosse (fato assaz desagradavel diga-se), e que portanto o buraco é muito mais em baixo do que “a culpa é dos fotógrafos”, “os fotógrafos são bobinhos”, etc.
Se o diagnóstico está errado, o remédio dificilmente produzirá um bom resultado.
Eneraldo,
As credenciais do Melcher também me assustam; posar de “paladino dos fotógrafos”, para ele, tem suas vantagens: pode desta forma pressionar o Google a *pagar* pelas imagens do banco de imagens dele, Melcher.
Manipulador? Enxergou os anseios e fraquezas dos fotógrafos, em escala global, e então o golpe: “Vamos nos unir!”
Com a diferença básica que ele *não é* fotógrafo… E se unir com CEO, CKO ou FDP nunca dá certo pro lado mais fraco.
Mas que foto na Internet deve ser paga como mídia global, ah, isso tem!
Clicio
“Mas que foto na Internet deve ser paga como mídia global, ah, isso tem!”
Não é que eu discorde disso. É que eu acho que o quadro todo é bem mais complicado.
Tentei refletir sobre isso há já um tempo atrás lá no meu blog na Fototech (parado desde então, mas que pretendo ativar). E teria que ser mais prolixo para explicar minhas preocupações, o que não estou podendo fazer agora. Mas essa discussão ainda vai prosseguir por um bom tempo, então creio que não faltará oportunidade.
Sempre leio o blog do Melcher. O Rob Haggart também tem tocando em temas relacionados e bem pertinentes… sobre modelos de negócios, midia free, etc.
http://www.aphotoeditor.com/2009/05/05/finding-a-better-business-model/
http://www.aphotoeditor.com/2009/05/04/paying-for-media/
O mundo tá mudando rápido demais, é importantíssimo que questões como essas sejam levantadas e discutidas.
Na minha opinião, se for pra WEB, tem que ser mais caro, bem mais caro, em breve print media vai se resumir a uma pequena parcela do mercado e de bem menor abrangencia.
Abraços
Daniel
Fala Clicio!
Hoje não tem mais sentido uma fotografia da web ser mais barato que qualquer outra. Em tempos dos primórdios da web, se mesmo lá houvesse algum sentido, seria da popularidade do veículo. Mas vejamos, para existir uma fotografia em 72 DPIs ela invariavelmente existiria do tamanho que a máquina fotografou. Não existem equipos que sejam mais baratos para fazerem fotografias de web (considerando um mínimo de qualidade necessária realmente não existem) e a técnica e o conhecimento do fotógrafo é a mesma para uma foto impressa e outra eletrônica. A galera precisaria realmente entender que nós fotógrafos vendemos imagens, não arquivos.
[]´s!!!
[…] http://alessandro.wordpress.com/2009/05/07/your-images-are-needed/ https://clicio.wordpress.com/2009/05/07/problema-seu-uma-revolucao-dos-fotografos/ […]
[…] diz o Clício, a coisa ta […]
Esse post veio em boa hora. Já estava entrando em parafuso mercadológico pensando que o mercado goiano é diferente dos demais, que paga-se menos, que é tudo menos valorizado. Cansei de receber um entre aspas bem grande: “FOTOS PARA SITE” em briefings para sugerir um orçamento mais barato. O que de fato acontece.
E sempre me perguntava o porquê disso, já que o equipamento era o mesmo, a produção e o cachê de modelos são idênticos.
É para se pensar um pouco.
Acho que cada consumidor(cliente) tem o fotógrafo que merece!
Tem fotógrafo que vende arquivo, e outros que vendem fotografia, esta sem discussão, tem o nome, a técnica, o olhar, e a sensibilidade como valor agregado.
[…] Por hoje é só. Aproveite para se interar sobre o debate super importante (e super relacionado com esse assunto) que está rolando nos Blogs do Alessandro Dias e do Clicio Barroso. […]