
©2009 Clicio Barroso - Carol & Harry@McFly
Hoje tive uma experiência reveladora, com perdão do trocadilho.
Fui logo cedo para o aeroporto levar minha filha Carol que, fã de uma banda de pop/rock inglesa de nome McFly, não queria perder a oportunidade de chegar perto dos seus ídolos, que vinham do Rio para São Paulo. Como ela soube? Pelo Twitter de um dos integrantes da banda, lógico.
No saguão do Aeroporto de Congonhas, muitas adolescentes como ela, todas com papel, canetas e…câmeras. De todo o tipo, compactas, de vídeo, baratas, caras. Enquanto eu esperava pacientemente por um vôo que não sabia se iria chegar, fiquei prestando atenção nas meninas, que logo se juntaram em um grupo coeso, ansioso, todas ali com o mesmo propósito; apesar de não se conhecerem, em poucos minutos estavam trocando informações preciosas sobre a banda, sobre planos de vôo, horários de pousos e decolagens. E finalmente resolveram fazer uma foto do grupo, com uma das câmeras compactas no self-timer, para passar o tempo. Como se fossem amigas de longa data. Como se estivessem em um evento de família.
Conforme os aviões foram chegando, e o nervosismo aumentando, a preocupação delas com as câmeras aumentava; haveriam pilhas suficientes na hora decisiva? O flash não iria falhar vergonhosamente? Quem iria produzir as fotos, se elas teriam que ser as protagonistas?
E aí foi que a ficha caiu.
Muito mais que o aeroporto, que os integrantes do McFly, que o grupo de meninas, o importante para elas era *a foto*. Ver, tocar, cheirar, pedir os autógrafos, conversar, nada disso se comparava a importância da foto. Sem a foto, era como se nada daquilo existisse de fato; ela é que daria sentido e veracidade a tudo o que estava para acontecer. O que me deixou intrigado foi que por parte delas, não existia a preocupação da preservação da memória, mas sim a premente, aflita preocupação em ter a imagem imediatamente.
E para que serviria uma imagem imediata, talvez efêmera, virtual, se não pela memória que ela evocaria com o passar do tempo?
Para ser a ferramenta fundamental de inclusão social, para criar laços, para comunicar eficientemente uma série de signos que identificam uma tribo.
O fato é que finalmente os meninos ingleses chegaram, os seguranças truculentos os cercando, as câmeras freneticamente clicando, as meninas desesperadas para chegar perto dos ídolos, mas nunca se esquecendo da palavra de ordem:
“Pai, FAZ A FOTO!”
O resto da história não é menos espantoso; em segundos a banda desapareceu dentro de uma van de vidros pretos, deixando um grupo de hormônios descontrolados chorando e gritando nas calçadas de Congonhas; meu celular é imediatamente sequestrado, para que a notícia da foto seja transmitida, em tempo real, para o Twitter, para o Orkut, para toda a rede social online; em menos de uma hora, as fotos de todas elas circulavam livremente pela net em escambos, empréstimos, presentes e roubos, criando uma comunidade instantânea em que e-mails, MSNs, telefones, endereços, e as próprias fotos são compartilhadas. As fotografias precisavam ser instantaneamende produzidas e consumidas para cumprir seu papel de elemento aglutinador!
Neste caso, o referente fotográfico, o denotativo, é importante; o eu junto à pessoa do ídolo, em local reconhecível, em data precisa. Mas o conotativo é muito mais importante! A foto fala de juventude, de velocidade, de veneração, de desejos, e de inclusão. Pertencer. Estar. Ser.
Mais que a história em si, e muito mais que a foto banal que conta esta história, fiquei feliz por desvendar o mistério dos compulsivos autorretratos, das redes sociais, e das ferramentas de mensagens telegráficas instantâneas (Twitter e MSN) que regem os comportamentos contemporâneos. E fiquei ainda mais feliz ao perceber que aquilo que os fotógrafos profissionais egoistamente chamam de “banalização e massificação da fotografia” é de fato hoje uma fundamental necessidade de comunicação que acaba por dar sentido a existências em formação.
Legal p’rá caramba! E sabe do que mais? Minha filha foi assisti-los no Vivo Hall, aqui no Rio, ontem dia 30… E hoje mostrou-me umas fotos feitas com a câmera da amiga, já devidamente circuladas na rede.
O Vivo Hall fica no fim (ou início) do Aterro do Flamengo. Ontem em torno do meio-dia fui andar de bicicleta e ela me pediu para passar no MAM e ver “como estava a fila”. Estiquei a volta de bicicleta, e ao chegar lá reparei nisso relatado por você: estar lá era o programa, pois ao meio-dia já havia uma fila e adolescentes com camisetas com o nome da banda, etc.
Por essa sua postagem entendi melhor sua distinção entre o denotativo e o conotativo na fotografia. Um viés bem interessante. É quase um porquê da fotografia.
Grande abraço, Clicio. Gostei demais desta sua postagem.
Putz… logo logo (não tanto assim), sou eu que estarei fazendo esse papel de pai/motorista/fotografo de adolescente atrás dos Menudos da vez! Que MEDO!
Mas sobre fotografia! Olha… vc tem toda razão. A fotografia para essa garotada tem um “outro valor”, mas ainda assim é fotografia. É registro, é história e vai ficar “para sempre”.
Muito legal.
Essa loucura pelo “click” embala a garotada p/ver quem mais rapidamente coloca no orkut e agita a galera.
Valeu Seu Clício 😉
abraços
A
a nossa foto com o Pelé não foi diferente…. e de todo mundo que tirou fotos com ele…
cool post!
[ ]s
ig
Otimo post.
abs
ale
“Amei Cli!!
Lindo o texto a tua analise, e tocante pois com o “olho” do Pai por trás..E que Pai tambem pra tirar a foto heim??? que ficou linda!!!!!!!!!adorei, bisous”
Finalmente!!!!
O talento em prol do AMOR….
Isso eh muito valioso e nao existe dinheiro que pague…
Profissionais ou nao, eis uma qualidade que nasce com a gente!!!
Gostei bastante deste post, bem coruja…rsss!!!!
Abracos!!!
Adorei texto e foto, Carol arrasando na rede.
As redes existentes expandem o modelo que não é novo; lembro da Tati orgulhosa mostrando sua foto e cartões que recebia dos Menudos (Rick, mandou durante um bom tempo para ela). Entreguei feio minha “veteranice” fotográfica agora, no Dante, no clube, etc.
Era outra rede, mas o sentido é o mesmo. Ficou mais rápido, mais dinâmico, mais tecnológico como a própria fotografia.
Tempos modernos que exigem visões modernas. Abraços
Pepe, Nilton,
Na verdade é menos corujice e mais reflexão; aprendo todos os dias a entender melhor o nosso mundo e a função da fotografia nele, pelos olhos das minhas filhas.
O importante aqui não é o fato em si, mas como a fotografia se torna veículo fundamental, como um viaduto em direção ao auto-conhecimento e ao “sense of belonging” (ver conferência sobre o assunto em http://www.centrodametropole.org.br/ISA2009/). Sem a foto, o fato torna-se abstrato, e a inclusão mais difícil, mais questionável.
Por outro lado, a Carol tá linda, né?
Hehehehehe…
A Simonetta outro dia contou que teve que fazer uma foto (ela não é fotógrafa) de uma menina que queria apenas ver a imagem dela no visor, não queria guardar nem fazer mais nada com aquele registro. Acho isto sinal dos tempos onde o futuro é apenas pensado por gente velha como nós, o resto é efemero, passageiro e sem importância. Tudo, da banda de Rock, as paixões e as imagens são descartáveis.
Fala Clicio, gostei muito do texto. Acho que é uma discussão muito pertinente para os dias de hoje. A fotografia de fato ocupa um espaço muito importante na cultura cotidiana, como ferramenta de inclusão, auto-referência. Mas tem um ponto maligno, ao meu ver, no fato das pessoas quererem as imagens das coisas e a própria imagem ao lado da coisa, do ídolo, do monumento, do palácio… As pessoas, já faz algumas décadas, estão trocando a experiência pela fotografia da experiência. Citando Susan Sontag: “Nosso próprio senso de situação articula-se, agora, pelas intervenções da câmera. A onipresença de câmeras sugere, de forma persuasiva, que o tempo consiste em eventos interessantes, eventos dignos de serem fotografados. Isso, em troca, torna fácil sentir que qualquer evento, uma vez em curso, e qualquer que seja seu caráter moral, deve ter caminho livre para prosseguir até se completar, de modo que outra coisa possa vir ao mundo: a foto.”
abraços
Diego writes:
“Mas tem um ponto maligno, ao meu ver, no fato das pessoas quererem as imagens das coisas e a própria imagem ao lado da coisa, do ídolo, do monumento, do palácio… As pessoas, já faz algumas décadas, estão trocando a experiência pela fotografia da experiência.”
Diego;
Não sei definir se é maligno ou não, provavelmente depende do ponto de vista; eu certamente prefiro a experiência, e não a foto dela.
Já a Carol…
Estou já há tempos experimentando o “não-fotografar” minhas viagens, minhas visitas familiares, minhas descobertas e devaneios. E o “não ser fotografado” também faz parte desse projeto, o que me leva a um esforço maior de viver mais intensamente cada um destes momentos, para que a memória não se perca tão facilmente, sem ter que depender do registro fotográfico para isso.
Não-fotografar devia ser o exercício número 1 dos cursos de fotografia, mas é claro que tal loucura não agrada fabricantes de soft e hardware. Antes tarde do que nunca, aprendemos a fazer isso depois de já saber muito… e é um prazer mais difícil de explicar do que o próprio fotografar. Mas é fundamental pra a 3ª fase do processo, quando os olhos limpos brilham mais do que os logotipos.
Clicio,
recentemente viajei pela Ásia e Europa por meses na companhia de um amigo. Ele não era fotógrafo, mas tinha sua snapshot sempre a mão. O tempo todo ele ficava tirando fotos muito mais documentais, blogáveis (se me dão licença) sobre a viagem do que eu. Minha câmera reflex era apontada para coisas interessantes de se tornarem uma fotografia. Ele às vezes me criticava por não tirar quase fotos dos monumentos e locais turísticos. Eu assumo que estava talvez exagerando um pouco, mas me dava uma certa aflição de sacar minha câmera e fazer fotos na Fontana di Trevi, por exemplo, no meio daquela multidão fotografante. Acho que tinha medo de me sentir de qualquer forma semelhante à essa figura do turista zonzo que vai clicando como se apertasse um gatilho, “matando” um a um os pontos de interesse. Não fotografar é um ato interessante, mas assumo que uma fotinho, de fato, ajuda a memória a lembrar de momentos felizes e prazerosos.
ps: já viu aquele filme do David Linch – “A estrada perdida”? O personagem do começo diz que não tem câmera de filmar porque tem uma certa aversão à forma como ela modifica sua forma de lembrar.
Fernando;
Acredite, no primeiro curso de fotografia não-técnico que fiz, aos 17 anos de idade, tive como professores George Love e Maureen Bisilliat no MASP, e não fotografamos nada.
Ficamos vendados, sentindo texturas, luzes, sons, odores. Vimos formas, cores, geometrias e tridimensionalidades, e “fotografamos com os olhos”, como diziam os professores. Foi o melhor início que um jovem fotógrafo poderia desejar.
Depois de já velho, fiz o “Descondicionamento do Olhar”, com o Cláudio Feijó, e revivi aquelas aulas mágicas do início de minha carreira.
É fundamental, necessário e insubstituível, na minha modesta opinião…
Muitos dizem que recordar é viver, eu acredito nisto… Com a fotografia a recordação fica melhor, mais fácil de lembrar daqueles instantes únicos, talvez mágicos.
Se recordar é viver, fotografia é vida!
Show o seu artigo Clício e a foto também.
Abraço,
Ueliton
O papel aglutinador que você caracteriza na produção destas fotografias identifica os baixinhos em suas fraquezas, apesar de quererem, com essa volúpia por imagens do aqui-agora, reforçar aparentes “certezas” (que amanhã serão por outra boy band) das idolatrias do momento. Eles não tem medo de expor-se, de gritar sua necessidade de encontar-se. Não são idéias, conceitos, paradigmas, teses, reflexões ou seja lá o que nós adultos construímos como forma de sobrevivência urbana, civilizatória. Diferente de nós, as crianças (este período pode estender-se para além da adolescência…!) entregam-se por completo, especialmente quando sabem que há um contingente incontável de “iguais” (não importando a virtualidade do sistema de trocas). São estratégias identificadoras parte de um processo que inevitavelmente (elas não sabem disso) destina-se ao projeto do eu, particular e indivisível.
Entretanto, abusando de suas palavras, querem Ser pelo pertencimento ao Estar, e a ferramenta para isso é a câmera. Acredito que a FOTOGRAFIA seja intocável, fotógrafos é que são banalizados por pequenas fotografias; para os jovens, câmeras sequer são eletrodomésticos, estão apenas brinquedos.
Quando leio essas coisas, sempre me ocorre uma frase do Damien Rice dita numa apresentação, em que ele não parecia à vontade percebendo que os fãs estavam lá testemunhando (no sentido “jurídico”) com as camerazinhas —como um obstáculo entre os olhos e o palco— ao invés de estar lá de fato e simplesmente ouvir canções: “Por favor, assistam ao show”.
Quando adolescente e adulto-adolescente eu também queria pertencer. Só hoje, e cada vez mais, reconheço o fundamental isolamento humano e gosto dele, antes é como se esse isolamento angustiasse, e eu desejásse ser algo dentro de um feitio de ser já modelado. Antes queria ser alguma coisa, só agora aprecio ser nada.
Acho isso bacana, não é caso de ser bom ou não, é simplesmente natural, e esse tipo de foto-testemunho já vem de antes, só agora ficou comum com a facilidade digital. Todo turista sempre fotografou assim.
Basicamente, viver é testemunhar. Tudo o que temos, toda a existência resume-se ao testemunhar, nenhum de nós tem nenhuma gota a mais do que isso. Não cabe nem sequer falar “eu testemunho”, basta o “testemunho”, pois mesmo “eu” aí é ficcional.
Gostei disso dito por você, Fernando, das câmeras serem brinquedos. Acho que para mim também são.
Há outras considerações dentro daquela história de transformação de quantidade em qualidade. A comunicação por imagens está ganhando vulto, visto agora atomizada em bihões de produtores de mensagens visuais. Isso traz umas questões bem interessantes relativas à uma espécie de alfabetização visual. Mas isso são outros 500s.
muito bom o texto, achei muito legal a leitura de “coisa”, por isso que eu gosto de falar em democratização da fotografia, o poder está na mão das pessoas, e nas mãos desta geração tem uma camara.
por outro lado a experiencia do fato como vc fala , talvez esteja sendo trocada pela experiencia compartida do fato, ou seja é mais importante a confirmação social do fato e o que isso representa do ponto de vista emocional, do que a emoção particular e propria.
tem uma frase que diz “vc é, no olhar do outro”, não sei se gosto disso, porem parece ser hoje o motor desta geração.
abraço
D
Salve Clício
Isto é muito interessante de notar e divagar filosoficamente sobre o assunto…a foto definitivamente substitui a lembrança que se perde no tempo e nos neurônios.
A foto fica.
Recentemente estive em Portugal e Espanha e nos monumentos turísticos há mais fotos sendo tiradas do que gente prestando atenção no que está vendo…
Novos tempos, nova memória…e fotografia!
abcs
Rinaldo Morelli
Fernando;
Acredite, no primeiro curso de fotografia não-técnico que fiz, aos 17 anos de idade, tive como professores George Love e Maureen Bisilliat no MASP, e não fotografamos nada.
Ficamos vendados, sentindo texturas, luzes, sons, odores. Vimos formas, cores, geometrias e tridimensionalidades, e “fotografamos com os olhos”, como diziam os professores. Foi o melhor início que um jovem fotógrafo poderia desejar.
Depois de já velho, fiz o “Descondicionamento do Olhar”, com o Cláudio Feijó, e revivi aquelas aulas mágicas do início de minha carreira.
É fundamental, necessário e insubstituível, na minha modesta opinião…
Carol, vc tá linda!!!!!!!!!!!!!!!!!
beijos Jú
Clicio: adorei!
De novo: ADOREI!
Concordo com tuuuuuuuudo, absolutamente tudo e fico feliz de vc ter ficado feliz, de ter caido a ficha e por vc estar dividindo generosamente o que vc sacou aqui com a gente.
É, de uma certa maneira, a contra mão exata do mau humor do meu querido amigo Ruy Castro, falando de twiter e facebook, do tipo “não viu e não gostou”.
Adolescentes sempre foram adolescentes, “iguais” nas suas descobertas, paixões loucas e definitivas, enfim… A gente sabe, a gente conhece bem! rsrsrsrs.
O que muda é o mundo onde eles estão sendo adolescentes.
Falo isso desde meus tempos de Capricho. Acredito nisso piamente. Quer “entender” o adolescente? Ok, primeira coisa: separa o “dentro” do “fora”. O mundo onde ele está vivendo, e a essência, os mundos internos que eles estão descobrindo. Aí, com delicadeza, paciencia, inteligencia, nenhuma arrogancia e sorte, talvez vc consiga juntar as duas coisas e chegar perto dos caras…
Sua filha adolescente está sendo adolescente num mundo ágil, rapido demais, que muda pra caramba e com uma velocidade nunca dantes navegada… Nem vou me extender nesse tema: sabemos todos o mundo em que estamos vivendo, as mudanças toooooodas que temos encarado, então… É isso.
Querer fotografar, registar e guardar a memória a partir da foto , na minha opinião, é inteligencia deles. Palmas. Sem muito blá blá blá, eles – elas – os adolescentes – sacaram tudo. E isso não quer dizer que não aproveitaram o que estava rolando… Claro que não! É só ver COMO aproveitaram…
Eu continuo aprendendo muito com estas meninas.
Ter filhos e poder de fato prestar atenção neles, no que eles querem, como se mexem, pensam, constroem a vida, é fundamental pra não ficar velho, caduco, rigido… E pior: louco, falando sozinho!
Palmas pra vc que vai lá, paga pra ver e sorte da Carol que além de ter um pai antenado, amigo dela, que embarca nas ondas dela, tem um pai bom fotógrafo, que quando registra ainda registra lindamente!!!!!!!!!!!
Bravo.
E merci.
Começar o dia com inteligencia faz muuuuito bem! bjs
Perfeito seu texto!!!
Sempre achei meio arrogante e metido quando alguns profissionais da fotografia falam sobre “banalização e massificação da fotografia”. Porque não permitir que mais gente tenha acesso a esse mundo? Está restrito a um seleto grupo, uma elite? Besteira. Embora tb não entenda bem esses auto retratos jovens, no espellho, fazendo sinais com as mãos que não entendo bem o que é, curto a idéia de perceber que a fotografia alcança e algumas vezes modifica a vida de mais pessoas. Sim à inclusão, pq o radicalismo é burro!
Tudo muito bem colocado, adorei!
Além de talentoso é generoso! Gostei disso!
Bjks, Beta
Clicio! Muito legal esse texto. E muito divertido, fiquei imaginando a cena e rindo. Até porque tenho dezenas de primos mais novos que eu e já me vi nessa situação muitas vezes.
Suas palavras me lembraram o livro da Susan Sontag “On Photography”. Ela fala que a fotografia se torna muitas vezes mais importantes que a experiencia em si.
Como o Diego disse, eu também tenho dificuldade em fotografar lugares turísticos quando estou viajando. Acabo fotografando para mostrar para a família… mas no fundo prefiro dar prioridade ao “estar”, “sentir”, “conhecer as pessoas”, mais que registrar o momento. Isso em viagem de lazer claro, se estivesse sendo paga para fotografar, a fotografia teria que ser prioridade.
Abraços,
Rosane Walker
Agora que vi que o Diego também citou o livro da Susan Sontag. 🙂
Adorei:
Pai, fotografo, contemporaneo, perceptivo, antenado!!!
Sabendo que hoje em dia a informacao se desloca por motivos os mais variados em velocidade vertiginosa, sempre em direcao ao futuro sem desconsiderar o passado e a gente precisa estar “alerta e forte” … sacando e aprendendo com os meninos…
beijos
Leda
Gostei do texto.
Frequentemente me pergunto não seriam essa fotos mais “puras” do que as que estamos acostumados e buscar, ver ou fazer?
Elas são absolutamente despreocupadas, bastando atestarem – estive lá – para serem plenamente satisfatórias.
Essa garotada, vem mudando do jeito como o mundo se comunica.
[…] imagem cujo conotativo é igual ao denotativo, pedindo essas categorias emprestadas ao Clicio (veja aqui uma postagem onde fala disso lateralmente). Ou, se não igual, pois é impossível ser exatamente igual, é suficiente a ponto de se poder […]
Clicio, gostei muito deste texto. Mesmo. Já vi algumas vezes você falando tecnicamente sobre fotografia em palestra, workshop e curso, mas acho que nunca tinha visto você filosofar tanto. Certamente era algo que eu estava perdendo. Esse blog está sendo um espaço bem interessante de conhecer esse outro lado do seu conhecimento fotográfico, uma ótima oportunidade para aprendermos mais um pouco com suas discussões e divagações fotográficas. Gostei muito da sua análise dessa história. E o debate aqui nos comentários também está interessante.
Clicio querido,
Eu sou como a Carol, com algumas décadas a mais, porém faço parte desse bando que anda com alguma camera pra registrar e jogar na rede. Já fui fotologueira, fliqueira e sou facebuquista hoje. Adoro dividir alegrias com os amigos. Tem é que incentivar essa galera a escrever e narrar a experiencia, contar as coisas, fazer blog, dividir tambem usando o verbo.
Assim como voce fez aqui lindamente.
Beijos,
O.
Olivia, que prazer ver você por aqui!
Sendo, como sou, seu fã de carteirinha, me parece que tudo o que vc escreve é sempre tão lindo e generoso como sua voz. Concordo em gênero, número e grau, e tento fazer a minha parte.
Beijo!
Gostei do que voce escreveu nesse post.
Abs
É… Não sei, as vezes me parece que fotografar para a maioria das pessoas é uma forma de “confirmar sua própria existência”, pouco credível sem uma foto.
Uma impressão de que sem essa prova visual, o fato não teria ocorrido. Será que no mundo das imagens a nossa existência não tem sentido sem sua representação imagética? será que estamos substituindo a realidade palpável (o sentir ) por sua construção em imagens (o ver, a espetacularização ) ?
Olá. Eu tenho 17 anos e estou no ultimo módulo de um curso técnico em Designer Gráfico. Procurando algumas matérias sobre minha banda favorita, coincidente com a de sua filha, acabei encontrando este post. No meu curso nós temos a matéria de fotografia da qual eu gosto muito e tento sempre me inteirar. Gostaria de dizer que achei excelente a maneira como você abordou o assunto e concordo plenamente com você. Não há como não viver sem os meios rápidos de comunicação.. a minha geração está acostumada com fotografar-postar em algum lugar-esperar que dê resultado.
Esse amor pelos nossos idolos, que eles vejam a foto, que comentem algo sobre, esses são os resultados esperados. É muito bom saber que há pessoas que entendem isso. “é de fato hoje uma fundamental necessidade de comunicação que acaba por dar sentido a existências em formação.” realmente adorei!
Beijos!